domingo, 24 de agosto de 2008

Olhares

Olhares distintos me perseguem
Admiram-me, julgam, condenam e me insultam.
Com a vista pobre de um povo que me entristeci.

Se estou de cabelo trançado e com colar de miçanga,
sou macumbeiro.
Se estou descalço, bermuda e sem camisa,
Sou maloqueiro.
À noite, se estou de chapéu e blusão com capuz,
Sou ladrão.
Mas se estou de terno, de calça e gravata,
Dizem: a paz do senhor irmão.
Se estou de roupa colada ao corpo, sou homossexual.
Se estou de toca, tênis e tatuagem sou marginal.

Mas e o meu olhar?
Meu olhar ficou entre lágrimas, desgraças e torturas.
Maldita é a visão que me transfigura que, amaldiçoa, e não me contempla.
Negra visão minha que enfrenta páginas de uma vida passada,
Escravizada dentro de uma senzala.
Que hoje virou favela, periferia...
Mas mesmo dentro desta nostalgia, eu tenho orgulho de minhas raízes.
Que mesmo tendo memórias tristes, viraram histórias contadas e cantadas.
E que não são nenhum conto de fadas!
Mas marcaram momentos alegres e tristes.


"Somos julgados pela aparência e condenados pela cor da pele."
Júlinho Mesquita

2 comentários:

Anônimo disse...

cê eah show, ;D

Unknown disse...

Oiew minino...
Adorei seu blog, é de muito bom gosto...
adorei principalmente as fotinhas...
Você é MARA! :D

beijinhos!
:*