quinta-feira, 26 de março de 2009

Mulher Imaginária

O seu belo sorriso, menina dos meus longos sonhos

Significa simplicidade e grande serenidade para o meu ser

Sem hesitar sou seu somente, és meu maior ganho,

Que ainda não conquistei, mas completa-me só de te ver.


Quem dera eu ser o mestre sala desta porta bandeira

Que num compasso ritmado faz samba no meu pobre coração

Para conquistar você, eu subi de joelhos à maior ladeira

Dizendo para o santo que até matarei para tê-la em minhas mãos

 

 

Escreverei seu nome na areia da praia e ai do mar se apagar

Picharei seu nome em todos os muros para ver se assim você me nota

Dê-me uma chance, pois um romance pode vim a se concretizar

Entrarei no seu proibido e ilusório mundo nem que ao menos seja por cota

 

 

Mas quando infelizmente do meu sono despertar,

Notarei que a realidade da vida não trouxe a minha amada

Viverei a jornada fatídica com a dor a me torturar

Pois só assim aprenderei que não posso amar uma mulher imaginária.

 

Autor: Júlinho Mesquita

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Deixe-me Chorar!


Deixe-me chorar!
Por que eu preciso de um colo de um ombro amigo,
Para que eu possa deixar transbordar toda essa dor que sinto.

Deixe-me chorar!
Minha vida já não tem mais sentido,
Estou perdido numa estrada, no meio de um caminho perdido
Sem preces, sem rezas... Estou sozinho!

Deixe-me chorar!
Minhas palavras foram caladas,
Mudas, traumatizadas, silenciadas...
Por terem sido ousadas.

Deixe-me chorar!
No abismo profundo da escuridão.
Com uma mágoa de fazer perder a guerra de qualquer nação.
Enfartar, explodir, em meio à escuridão.
De um ser só que esta sem rumo e sem direção.

Deixe-me chorar!
Só assim eu aprendo que o amor é um tormento,
E que minhas frases de amor foram jogas ao relento.
Sem consolação!
Pois tudo que fiz, sem sucesso e infeliz,
Foi a tentativa de um aprendiz...
Que queria te fazer feliz.

Deixe-me chorar!
Paro e olho para o lado,
Não vejo nada em um lugar abandonado
Que centraliza o meu pensamento difratado.

Deixe-me chorar!
Pois só Deus tem piedade de mim.
Quero achá-lo enfim, e perguntar:
Por que o senhor quis assim?
Só ele é capaz de compreender, que no presente estou a sofrer
E espero a explicação de um divino saber.
Sei que tudo que Deus faz é perfeito
Mas no momento do tal sofrimento,
Você se sente abandonado e sem sentimentos.

Deixe-me chorar!
Pois espero esta dor passar,
Sei que Deus vai me ajudar a me curar
Essa dor vai passar, eu creio que essa ferida vai cicatrizar.

Deixe-me chorar!
Eu vou dar a volta por cima, vou viver na disciplina
E entender o coração de uma menina, que fez parte da minha infância perdida.

Deixe-me chorar!
Cada etapa da vida é uma aprendizagem,
Vou-me embora sem retorno desta viajem!
Quero sorrir meu sorriso, sem falsidade!

Deixe-me chorar!
Se quiser também ir, se vá!
Ficarei aqui em meu pranto a lamentar,
A dor amarga de não saber amar.

Deixe-me chorar!
Pois irei atrás de meu valor!
Vou viver a minha vida/mentira no supremo esplendor.
E tentar sumir para a verdade do desamor.

Deixe-me chorar!
Vou atrás da fonte da vida,
Renascer para esta pseudestesia
Horrenda, petulante e sem saída.

Deixe-me chorar!
Minha consciência esta perturbada,
Onde foi que eu errei para cair em uma silada?
Que magoa os meus instintos, deixando a minha mente atordoada.

Deixe-me chorar!
Pois fui escravizado pelo o amor de uma mulher,
Que me deu surras grandes de maturidade,
Mas como eu sou menor de idade...
Deixe-me enlanguescer!

Deixe-me chorar!
Pois aqui acabo de proferir,
Palavras que saem do coração.
E que são tristes pela a ilusão,
De um dia um menino ter sonhado em ser feliz.
Todos os direitos reservados ao autor: Júlinho Mesquita, 16 de janeiro, de 2008.

sábado, 6 de setembro de 2008

Algo me cerca..


Algo me cerca...
Algo me isola...
Algo me amedronta...
Algo me apavora...

Cheiro de pólvora...
Cheiro de morte...
Cheiro de perigo...
Início de uma psicose...

Estou trêmulo, meus dentes batem ao relento.
Cheiro de sangue... Cheiro de sangue...
Estou andando contra o vento.

Ai que frio!
Eis me aqui no submundo do Brasil.

Mãe chorando... Mãe gritando:
Meu filho!
Mataram o meu filho!
Na terra onde sego enxerga se nós dermos um vacilo.

A polícia ta entrando... Corre menino!
A polícia ta entrando... Estamos todos em perigo.
A polícia ta batendo em trabalhador?
Que ironia, cadê o pacto pela vida? O que restou?

Favela, furo, ferida,
Detento, deitado, despedida,
Prisão, pulseira para pulso, prestação,
Morte, mãe magoada...
Respondam-me: Para que lado fica a civilização?
Júlinho Mesquita

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Meus Olhos..

Meus olhos buscam uma voz do interior,
que desvenda além das vestes,
um íntimo e secreto pudor.


Meus olhos tentam enxergar a alma,
de um ser que convive com o stresse,
requerendo um pouco de calma.


Meus olhos dizem o que penso em não dizer,
Eles vão além de meu querer.


Meus olhos não são apenas mais uma parte de meu corpo.
Meus olhos vivem um drama, baseado em fatos reais,
de uma obra de arte que ainda está no esborço.


Meus olhos são inteiramente entregues á sua vida,
e quando meus olhos encontram os seus,
fazem um amor sub-consciente entre as retinas.


Júlinho Mesquita

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Rio do Esquecimento.



Vou me atirar no rio do esquecimento!
Quero me afogar por completo
E morrer para esse universso
Que é você em meu pensamento.



E em cada gota d'agua que irei engolir...
A morte será um alívio,
Vou-me embora sem aviso,
Pois não quero de você me despedir.

Vou morrer para o seu mundo,
Eu quero te esquecer!
Entre as águas límpidas do rio do esquecimento.

Viver para mim é inutil,
Pois te amo e só sei te querer.
Mas peço á DEUS, que se outra haver,
No rio do saber eu possa renascer.




Júlinho Mesquita

Pelas Vezes..


Pelas vezes que sofri

De saudade e carência.

Pelas vezes que senti

Dor em vê-la partir,

Em total indiferença.


Pelas vezes que me inludi

pensando ser digno de louvor

Tudo aquilo que ouvi

Sua boca proferir

como declarações de amor.


Pelas vezes que acreditei

Que você retornaria

Pelas vezes que me emocionei

E que até mesmo chorei

Como nenhum outro homem faria.


Por tudo isso é que eu sou-lhe grato

Sem sarcasmo ou irônia.

Em todas as vezes que fui desprezado

Tive um valioso aprendizado,

Que talvez de outra forma não teria.


Júlinho Mesquita

domingo, 24 de agosto de 2008

Olhares

Olhares distintos me perseguem
Admiram-me, julgam, condenam e me insultam.
Com a vista pobre de um povo que me entristeci.

Se estou de cabelo trançado e com colar de miçanga,
sou macumbeiro.
Se estou descalço, bermuda e sem camisa,
Sou maloqueiro.
À noite, se estou de chapéu e blusão com capuz,
Sou ladrão.
Mas se estou de terno, de calça e gravata,
Dizem: a paz do senhor irmão.
Se estou de roupa colada ao corpo, sou homossexual.
Se estou de toca, tênis e tatuagem sou marginal.

Mas e o meu olhar?
Meu olhar ficou entre lágrimas, desgraças e torturas.
Maldita é a visão que me transfigura que, amaldiçoa, e não me contempla.
Negra visão minha que enfrenta páginas de uma vida passada,
Escravizada dentro de uma senzala.
Que hoje virou favela, periferia...
Mas mesmo dentro desta nostalgia, eu tenho orgulho de minhas raízes.
Que mesmo tendo memórias tristes, viraram histórias contadas e cantadas.
E que não são nenhum conto de fadas!
Mas marcaram momentos alegres e tristes.


"Somos julgados pela aparência e condenados pela cor da pele."
Júlinho Mesquita